quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Arte X Vandalismo

Sempre achei pichações horríveis, feitas por pessoas que deveriam ser pintadas como castigo. Ficava fula quando pichavam o muro do meu prédio no subúrbio. Achava um crime.

Outro dia estava dentro de um ônibus em Jacarepaguá e da janela vi um muro extremamente pichado. No meio de tanta "sujeira" vi uma frase que fez todo meu antigo conceito virar do avesso:

"Quem não é visto não é lembrado"

Só então percebi que as pichações iam ficando mais intesas no subúrbio. É o território dos pichadores. Percebi que aquilo não era simplesmente um ato de vandalismo gratuito. Aquilo era uma assinatura, uma forma de reconhecimento. É uma forma de requerer a atenção das pessoas, uma forma um tanto agressiva, mas como culpar pessoas que vivem esquecidas pela sociedade? Assim como qualquer artista ou como qualquer pessoa, eles têm sua própria linguagem, seu próprio estilo, sua forma de se expressar. E agora sinceramente eu vejo mais como forma de protesto do que como vandalismo. Dentro do grupo existe a competição, aquele que consegue marcar mais edificações, marcar lugares mais difíceis (como o relógio da Central do Brasil, por exemplo) e tudo gira em torno da frase acima mencionada, a visibilidade, fama, status. Ser lembrado por algo que você próprio realizou é algo que todo mundo almeja. Talvez por falta de oportunidades ou mesmo problemas particulares, o reconhecimento só seja possível através do vandalismo.

Não sou a favor da pichação. Mas digo para prestarmos mais atenção ao signo das coisas que nos cercam. Pode parecer uma bobagem, mas as vezes elas falam além dos olhos.

Pra ficar menos sério, um vídeo incrível do Blu, uma animação de grafite.




Site do Blu

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