sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Sociedade Alternativa

Viver sozinha não é fácil. Como todo boa mulher solteira fui ao mercado atrás de algo prático, rápido e pouco calórico (estou solteira mas não pertendo permanecer nessa condição). Decidi adiquirir o macarrão instantâneo com legumes. Paguei pouco mais de 6 reais pela porção e enquanto comia percebi que o Sr. Maggi me enganou. Ele colocou macarrão verde misturado ao tradicional para que a minha consciência achasse que eu fazia uma refeição sadia. Afinal eu estava comendo legumes desidratados e sem gosto! Então me dei conta que sairia muito mais barato comprar os legumes e a pasta e preparar ao meu gosto. Mas quem foi enganado afinal? Obviamente eu sabia muito bem o que estava comprando. Todos nós sabemos.


Coinscidentemente no mesmo dia eu vi um trabalho muito interessante de um artista plástico chamado James Reynolds. Ele tem uma séria chamada "Far Foods" que fala sobre alimentos que fazem viagens quilométricas, gastando combustível, poluindo ambientes para chegar ao seu destino. Muitos desses alimentos apodrecem, outros são vendidos a preço de ouro. E todos se sentem "ecologicamente corretos".




Site Oficial do James Reynolds

Obs: Recomendo também a série "Last Suppers" sobre a última refeição de presos rumo a cadeira elétrica.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O que acontece no Rio de Janeiro

Não sei bem se isso é uma pergunta ou afirmação. A safra de exposições está boa. Decidi correr atrás do atraso e fui ver o Marc Chagall no Museu Nacional de Belas Artes e o Bandeira de Mello na Caixa Cultural.

Começei com o Chagall. Como era quinta a tarde, pensei que ia me deliciar sozinha. Tola. A exposição estava cheia, muitos senhores e senhoras, mas também com alguns jovens, inclusive o que estava na minha frente, que veio de Niterói. Expo pequena, poucas pinturas e muita gravura. Deu pra conhecer um outro lado do Marc Chagall, o lado menos explorado. Panorama interessante de pintores brasileiros influenciados pelo Chagall. Passou bonito.

Na outra quadra da Avenida, está o Caixa Cultural. Lá estão em cartaz as exposições do Lan e do Bandeira de Mello. No Lan passei batida, desenhos datados, não estava no clima 80's.
Mas o Bandeira, minha nossa!!!! Eu conheço o Bandeira, foi meu professor na faculdade durante dois anos, da cadeira modelo vivo. Devo dizer que apesar de reconhecer sua genialidade suas aulas foram desestimulantes. O Bandeira vivia esculhambando meus desenhos porque, a essa altura do campeonato, eu tenho uma forma muito particular de desenhar, um traço muito caracterítico. Bandeira é academicista, ele não aceita nenhuma deturpação da realidade e meus desenhos parecem mais vindos de uma edição de Adult Swim. Na outra faculdade eu tinha um professor, o Sérgio Andrade, um dos maiores ilustradores que eu já conheci (que me apresentou o Alceu Penna). Olhava meus desenhos e ria. Dizia: "Aline, é a sua cara!". Isso é que é professor, não tentou mudar meu traço e sim o estimulava cada vez mais a ficar único.

Enfim, apesar de eu não achar o Bandeira um bom professor ele como artista é algo hors concours. Seus desenhos em carvão são tão detalhados e precisos que me lembravam as gravuras do Dürer. As expressões de suas figuras humanas são impregnadas de emoção. E como ver uma foto da série Harry Potter, um desenho que é vivo, se mexe, vibra. Bandeira é um gênio.
O que acontece no Rio de Janeiro? Vi o Bandeira sozinha. O ócio dos educadores era tão grande que eles pareciam implorar por uma pergunta. Chagall estava lá pleno. Bandeira com o ar parado. O que eu acho mais intrigante é que a exposição do Chagall nem está tendo muita divilgação na mídia.E devo ainda dizer que o horário que eu entrei na galeria da Caixa era o de maior movimento no Centro do Rio: 17h30. Então, por que escolher o Chagall invés do Bandeira?


"Com você eu sou jovem" Marc Chagall para sua esposa Vavá.

Site Lydio Bandeira de Mello
(Imperdível)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Tarantino Style

Adoro o jeito que o Tarantino garimpa novas bandas para seus filmes. Foi numa de suas visitas pelo Japão que Tarantino escutou em uma loja de discos a garage band "The 5,6,7,8's" e além de contemplar o trio com uma faixa na trilha sonora, colocou-as para tocar no Kill Bill volume I. E o que é tem a ver com a foto abaixo?


Nada. Apenas achei essa banda a cara do Tarantino e sua garipagem. Essa aí acima é o "White Shoes and The Couples Company", uma banda da Indonésia que tem um som meio Pizzicato Five + Camera Obscura, bem bossa nova. Suas principais influências são as trilhas sonoras de filmes dos anos 70, jazz 30's e pop/rock 60's. A banda nem me agradou tanto musicalmente, mas olha o visual dos caras! Já virou arquivinho para caracterização. Quero muito fazer um figurino baseado nesses caras.


Essa capa do cd com referência a Polaroid me conquistou.


Site do White Shoes and The Couple Company



quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Arte X Vandalismo

Sempre achei pichações horríveis, feitas por pessoas que deveriam ser pintadas como castigo. Ficava fula quando pichavam o muro do meu prédio no subúrbio. Achava um crime.

Outro dia estava dentro de um ônibus em Jacarepaguá e da janela vi um muro extremamente pichado. No meio de tanta "sujeira" vi uma frase que fez todo meu antigo conceito virar do avesso:

"Quem não é visto não é lembrado"

Só então percebi que as pichações iam ficando mais intesas no subúrbio. É o território dos pichadores. Percebi que aquilo não era simplesmente um ato de vandalismo gratuito. Aquilo era uma assinatura, uma forma de reconhecimento. É uma forma de requerer a atenção das pessoas, uma forma um tanto agressiva, mas como culpar pessoas que vivem esquecidas pela sociedade? Assim como qualquer artista ou como qualquer pessoa, eles têm sua própria linguagem, seu próprio estilo, sua forma de se expressar. E agora sinceramente eu vejo mais como forma de protesto do que como vandalismo. Dentro do grupo existe a competição, aquele que consegue marcar mais edificações, marcar lugares mais difíceis (como o relógio da Central do Brasil, por exemplo) e tudo gira em torno da frase acima mencionada, a visibilidade, fama, status. Ser lembrado por algo que você próprio realizou é algo que todo mundo almeja. Talvez por falta de oportunidades ou mesmo problemas particulares, o reconhecimento só seja possível através do vandalismo.

Não sou a favor da pichação. Mas digo para prestarmos mais atenção ao signo das coisas que nos cercam. Pode parecer uma bobagem, mas as vezes elas falam além dos olhos.

Pra ficar menos sério, um vídeo incrível do Blu, uma animação de grafite.




Site do Blu

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Chiru

A Enid ia gostar desse vídeo. Eu amo.




Acho muito interessante o estilo Bollywood. Outro dia estava vendo o filme "O Motim", um filme indiano sobre a guerra contra a Compania das Indias Ocientais. Um filme trágico que no meio das cenas mais crueis aparecia um musical, todo animado, com centenas de figurantes. Todos os filmes indianos são assim, não importa o enredo. Isso que eu chamo de estilo.

Obs: Nesse mesmo filme tinha um musical com umas prostitutas. A música era usada na Novela Caminho das Índias, mas a letra falava de prostituição. Isso que eu chamo de padrão GLOBO de qualidade.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Revistas MAD

Aqui nessa grande cidade civilizada (irônico Rio de Janeiro) é muito difícil comprar uma Revista MAD. Todas as minhas MADs do ano passado foram compradas nas minhas viagens à São Paulo. Ontem fui na Bienal do Livro e o estande da Panini acabou com a minha raça. Comprei umas 10 MADs (tá, sou retardada). Fiquei extremamente decepcionada com o que vi. A saída do OTA foi um baque para a revista.



No lugar dele me entra esse pseudo engraçado, Danilo Gentilli, que atua no programa CQC, de igual graça. Não consegui rir de uma piada, um terror.

De duas, uma: ou a revista está mesmo sem graça ou eu finalmente cresci.


P.S: Deixaram escapar na Revista que estavam preparando um especial com todas as histórias do DON MARTIN. UHuuuuu. Só nos resta esperar ansiosos. Me lembro que quando eu tinha uns 12 anos eu comprei esse especial numa viagem à Curitiba. É fantástico.

domingo, 30 de agosto de 2009

O melhor gordinho do mundo


Rob Crow

Essa gracinha aí em cima é o Rob Crow, responsável por umas das bandas mais indies/estranhas que já existiu, o Optiganally Yours. A banda foi feita a partir da sonoridade de um órgan de brinquedo chamado Optigan fabricado pela Mattel nos anos 70 (demo). Não satisfeito, esse multi artista teve diversas bandas incríveis, o The Ladies, Physics, Pinback e um trabalho solo que faz qualquer corpinho ir em direção as caixas de som. Rob Crow é o Deus do Indie.


Site do Optiganally Yours

Rob Crow - I Hate You, Rob Crow

Rob Crow - Up

Altamente Recomendo.